Palmeiras e o descaso com a camisa 9

Foto: Marcos Ribolli

Como um dos times que mais produziu jogadores ofensivos no Brasil deixou de ser efetivo na contratação deles?

Mesmo estando em 2025, a busca palmeirense parece continuar a mesma: um atacante “matador”, um camisa 9 de ofício. Prestes a completar cinco anos no clube, Abel Ferreira tem demonstrado, em suas últimas entrevistas, insatisfação com o tema, mesmo tendo recebido reforços de peso para o ataque nesta temporada, como Paulinho e Facundo Torres. No entanto, nenhum deles é o centroavante que o treinador português procura.

Esse assunto gera discussões e controvérsias. Muitos críticos afirmam que Abel reclama de barriga cheia, considerando que tem à disposição Flaco López e, nas últimas temporadas, contou com a joia brasileira Endrick, negociado por uma quantia milionária com o Real Madrid. No entanto, é exatamente nesse ponto que surge a discussão que trago à tona. Flaco López, contratado do Lanús por 9,5 milhões de euros, embora seja um bom atacante na minha percepção, não conquistou a simpatia da torcida alviverde. Já Endrick, formado nas categorias de base do clube, não foi uma contratação vinda de outro time.

Os pedidos por reforços para o ataque do Palmeiras já se tornaram rotineiros nas coletivas de Abel Ferreira. Neste ano, a necessidade parece ter se intensificado devido à importância de montar um elenco forte para a disputa do Super Mundial de Clubes no meio da temporada.

No entanto, voltando ao tema da camisa 9 do Palestra, esse número parece ter perdido sua relevância nas últimas contratações. Embora não seja obrigatório que o centroavante utilize essa numeração, a tradição parece ter sido banalizada no clube. Atualmente, quem veste a camisa 9 no time de Abel Ferreira é Felipe Anderson, um ponta e meia que acabou herdando o número, mas que não correspondeu às expectativas criadas para um jogador vindo diretamente da Europa.

Os últimos jogadores a vestirem a camisa 9 do Palmeiras foram: Felipe Anderson, Endrick, Merentiel, Deyverson, Luan Silva, Henrique Dourado e Miguel Borja. Este último é, possivelmente, o caso mais controverso entre as contratações frustradas para a posição. O atacante colombiano chegou ao clube como artilheiro e campeão da Libertadores, mas esteve longe de justificar o investimento de 12 milhões de euros feito pela diretoria em 2017.

A diretoria de Leila Pereira, reeleita recentemente, tinha como um dos pilares de sua campanha a permanência do treinador mais vitorioso da história recente do clube, trazendo reforços e buscando títulos que escaparam na temporada de 2024. Contudo, se o centroavante dos sonhos de Abel nunca chegar e a responsabilidade de encontrar um improviso para a posição (como foi o caso de Rony atuando como atacante) continuar recaindo sobre o técnico português, podemos estar diante do fim da trajetória vitoriosa de Abel Ferreira no Palmeiras.

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